Cuidadores de idosos: necessidade de profissionais e voluntários aumenta
- Por Redação
- Publicado em terceira idade
Segundo o livro “Politica Nacional do Idoso, velhas e novas questões”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 42,1% dos lares onde vivem idosos, eles são casais sem filhos ou residem sozinhos. Este mesmo dado em 1983 era de 25,9%. Como a expectativa de vida feminina é maior (em 2014, era de 78,8 anos, pouco mais de 7 anos a mais que os homens), o número de idosas morando sozinhas é superior ao de homens. O que mais tem hoje é mãe idosa sem o marido e com filhos e mulheres sozinhas (36% dos lares são assim). Os casais com filhos tiveram uma redução de 43,7% para 25,5% em 2014.
Precisa-se de cuidadores
Dentre as consequências dessas mudanças e os problemas relacionados, evidencia-se, diz o estudo, que há menos gente cuidando dos idosos mais frágeis. E o número de casas para abrigo de idosos é pequeno.
Segundo a pesquisa, 3.548 instituições, em aproximadamente 30% das cidades do Brasil. Sendo a maior parte destas, 64,2%, entidades privadas sem fins lucrativos. (as públicas são 6,6% e priorizam idosos sem parentes).
A família e o idoso
Como se sabe, o Estatuto do idoso considera crime se a família não cuidar de seus idosos.
Disse Ana Amélia ao jornal Extra e deve nos fazer refletir: "Idoso sofre discriminação, violência emocional, física, psicológica. Não ter uma política de cuidados resulta em violência. Não se considera o estresse do cuidador familiar, que é responsável 365 dias por ano, sem qualquer ajuda. Isso pode levar à violência causada pelo estresse do cuidador".
Ideia para ministério de idosos das igrejas
As referências de políticas de idosos são: Japão, Alemanha e Inglaterra. Lá eles têm a "política do respiro", em que o governo envia um cuidador para a casa com idoso, para dar um alívio e descanso à família.
Terceira idade diferenciada
Ana Amélia fala da heterogeneidade entre as pessoas desta faixa etária. Diz que tem idoso que é mais ativo, que ainda participa do mercado de trabalho, e tem os mais frágeis, acamados.
"A sociedade brasileira é muito desigual, e isso se intensifica na velhice. Nascem em berços diferentes, têm trajetórias de vida diferentes, envelhecem de forma diferente também", explica a economista.
Além de Ana Amélia Camarano, especialista em terceira idade, o estudo do Ipea foi coordenado também por Alexandre de Oliveira Alcântara e Karla Cristina Giacomin.