Livro com os 5 arrependimentos mais comuns de doentes terminais ensina a viver
- Por Lenildo Medeiros
- Publicado em saúde
A família reunida em torno da cama do hospital tenta se consolar. Pouco se fala de morte ou do fim, mas todos sabem o que está pra acontecer. Nessa hora, o que diz o paciente terminal recebe, em geral, muita atenção. Consciente do valor destas frases, até mesmo, e principalmente, para quem está bem vivo e com muita saúde, uma escritora australiana resolveu compilá-las em um livro que está sendo muito procurado. A autora é a enfermeira Bronnie Ware, que tratou pessoas nesta condição de "incurável" por muitos anos. O livro, "The Top Five Regrets of the Dying" (algo como: Os cinco arrependimentos mais comuns de quem sabe que vai morrer nos próximos dias).
O jornal inglês The Guardian foi o primeiro a resenhar o livro e o texto do diário teve grande repercussão naquele e em outros países. Bronnie ressalta a clareza e sabedoria que grande parte dos doentes terminais adquire nos últimos dias. Um dos arrependimentos mais citados, principalmente por homens: "Eu não deveria ter trabalhado tanto".
Leia os outros arrependimentos mais citados no leito de morte:
"Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira comigo mesmo, e não aquela vida que os outros esperavam de mim."
"Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos."
"Eu gostaria de ter permanecido mais próximo dos meus amigos."
"Eu deveria ter me permitido ser mais feliz."
A Folha de São Paulo fez nesta segunda-feira, 13/2, um contraponto à matéria do The Guardian, com declaração da médica Maria Goretti Maciel, um das pioneiras em cuidados paliativos no Brasil: "Na vida real, é muito menos hollywoodiano. As pessoas são como foram a vida toda. Não necessariamente se arrependem de coisas ou querem o perdão de alguém."
As frases de arrependimento do livro da enfermeira australiana, comentadas no The Guardian, 1/2, e declarações de profissionais de saúde habituados com este contexto de doentes à beira da morte, devem servir para cada um de nós corajosamente aprender a morrer para aprender a viver com quem tem autoridade pra ensinar. (Por Lenildo Medeiros - Agência Soma)