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Culto ao Vivo Online: algumas reflexões sobre ser igreja virtual

Cada dia mais igrejas aderem à tecnologia das transmissões de lives dos cultos. Saiba o que isso significa.

Quem não se lembra das tentativas das rádios evangélicas de promoverem a tal da "igreja em casa". Nunca deu muito certo, não é mesmo?

Mas hoje em dia, participar do Culto ao Vivo pela internet no smartphone, enquanto faz o almoço de domingo, ou ser abençoado/a durante a celebração online, sem o deslocamento até o templo, a cada ano que passa, torna-se mais frequente.

Igrejas virtuais são uma realidade crescente na sociedade hoje.

Diante desta realidade, há pessoas que consideram o fenômeno uma grande bênção, com uma infinidade de portas abertas e oportunidades de evangelização e crescimento da igreja.

Mas outros refletem sobre as consequências negativas da coisa e os desafios que apresentam ao jeito tradicional de cultuar e ser igreja.

Vamos relacionar aqui alguns dos argumentos de cada lado: a favor e contra os cultos online.

Como transmitir o culto ao vivo online

Antes disso, vejamos um pouco das opções que existem atualmente para transmissões ao vivo de cultos, algo que qualquer pessoa com um bom celular e uma boa conexão com a internet pode fazer.

Inclusive, quem abre o Facebook numa manhã ou noite de domingo, já encontra lá um monte de avisos de lives (transmissões ao vivo) de irmãos e irmãs que, estando sentados no templo em lugar com uma boa visão do púlpito, transmitem os cultos para seus amigos e amigas virtuais.

Assim, Facebook Live é uma das ferramentas que podem ser usadas.

Outra possibilidade é o YouTube, que tem ferramentas gratuitas para transmissão web de alta qualidade.

Também existe o LiveStream e outras ferramentas de webnários, com uma especialização neste tipo de transmissão, mas que vem caindo o uso pela facilidade e popularidade dos dois primeiros.

Vale também ressaltar que é possível fazer transmissão pelo WhatsApp Vídeo ou áudio, mas com algumas restrições técnicas.

A preocupação técnica com câmeras e microfones pode ser hoje minimizada, pois os celulares atuais e webcams já fazem um excelente trabalho. Mas se quiser gastar muito e "profissionalizar", nada que uma Cânon dslr e alguns microfones de lapela sem fio de alto gabarito não resolvam...

Aspectos legais e polêmicas

Para certos advogados e juízes norte-americanos, quando avaliam a consistência eclesiástica, "uma organização que dissemina sua mensagem através de um ministério eletrônico direcionado a uma congregação virtual" não pode ser reconhecida como uma igreja, pelo menos, no que diz respeito a receber os benefícios legais a que tem direito.

Segundo alguns destes profissionais da lei nos Estados Unidos, um dos critérios fundamentais para ser uma igreja é incluir um "corpo de crentes fiéis que se reúnem em assembleia regularmente para comunhão e adoração".

Ou seja, os membros da igreja devem ser trazidos pela liderança para estarem juntos como meio de atingir seus objetivos.

Mas para outros tantos advogados, tal compreensão da igreja que abraça a tecnologia e usa as transmissões ao vivo de cultos pela internet, o não reconhecimento da "igreja virtual" é uma interpretação limitada e que ignora as mudanças da sociedade nesta década.

Tendência tecnológica é irreversível e crescente: inclui igrejas.

Se indivíduos, empresas e escolas usam a internet para atingir seus objetivos, por que a igreja não poderia dispor destes meios digitais para conduzir ou suplementar sua missão cristã?

Outro argumento a favor da concessão de benefícios legais (e que pode ser usado por nós, para refletir sobre igrejas e cultos digitais) é que, se a presença a uma aula de universidade pode ser confirmada no computador, sem necessidade de estar num lugar físico da escola, porque alguém estar no culto ao vivo online não pode ser reconhecido como válido também?

Curiosidades tecno-eclesiásticas.

Nos Estados Unidos, algumas igrejas oferecem, em dias de muita neve, o culto virtual. Marcam o dia e horário antecipadamente, divulgam as opções de links do Facebook ou sites especializados, ou números de celular, que vão usar para transmitir para que todos possam acompanhar, e ainda anunciam a ordem do culto: leitura da Palavra, orações, louvores e pregações com os líderes da comunidade.

No final de um aviso do tipo que encontramos na internet (link acessado em abril/18, da Saint Mary Episcopal Church - https://saintmarysepiscopal.org/announcements/snow-day-tomorrow-virtual-church-at-1000/), uma mensagem final acrescentava:

"Fique aquecido, seguro, descanse e aproveite, mas lembre-se daqueles que precisam sair para trabalhar mesmo com toda a neve e este clima".

Outra curiosidade é que, quando foi noticiado em 2004 que britânicos estavam trabalhando na criação da primeira igreja anglicana virtual, com templo ilustrado com imagens 3D, e culto com a participação de pessoas reais conectadas à Internet, muita gente duvidou de sua efetividade. Mas já naquele tempo os organizadores da empreitada já diziam tratar-se de "uma alternativa para atrair os indivíduos que normalmente não entrariam em um templo" (conforme a BBC divulgou em abril daquele ano) Segundo o líder que trabalhava naquela tarefa, Simon Jenkins, "alguns sites ajudam as pessoas a meditar e a orar, mas até aquele tempo (2004) ninguém construiu uma igreja interativa em 3D antes, completa com arcos góticos e bancos de madeira".

O problema da igreja exclusivamente virtual

Como ter os benefícios espirituais da comunhão na Ceia do Senhor se for só virtual? Como seriam os batismos?

Obviamente igrejas exclusivamente virtuais não merecem os mesmos argumentos favoráveis aqui descritos.

São muitos os problemas decorrentes da tentativa de fazer uma igreja exclusivamente virtual. Não há base bíblica para isso. A comunhão com os irmãos só está completa se houver encontros regulares e presenciais de pessoas e não de perfis em redes sociais ou programas de computador.

Também se faz necessário o contato pessoal para haver um efetivo pastoreio e discipulado quer dizer caminhar junto, lado a lado. 

Cultos e atividades presenciais são indispensáveis

Assim, vale dizer que referência aqui é às muitas igrejas que complementam e reforçam suas atividades através de websites, blogs, podcasts, fóruns de oração, grupos de aconselhamento em redes sociais e sermões pregados via webnários.

Mas tais ações digitais não impedem a existência dos cultos e atividades tradicionais nos templos e outros locais de reuniões. De fato, isso é absolutamente necessário de existir.

A expressão cultos ao vivo já dizem tudo. Eles estão disponíveis na internet porque acontecem (e devem acontecer) nos locais onde o povo de Deus se reúne. É disso que falamos como algo que para alguns, é negativo, para outros é ótimo.

A internet como estratégia de expansão do ministério da igreja, os cultos ao vivo online e os estudos bíblicos digitais, são realidades que chegaram para ficar.

Atualizada: Domingo, 01 Outubro 2023 08:41